No dia 29 de março de 1859 saíram da França duas Irmãs de São José de Chambéry, França, com destino à cidade de Itu (SP), no Brasil: Irmã Serafina Tualion e Irmã Maria Teodora Voiron que vieram se juntar ao grupo que saíra da França em 1858 e cuja Superiora morrera durante a viagem. Irmã Maria Teodora Voiron, pelo seu apostolado e vida, se sobressaiu na missão. Morreu com fama de santidade e hoje seu Processo de Beatificação encontra-se em Roma, em prosseguimento normal na Sagrada Congregação para a Causa dos Santos.
Irmã Maria Teodora
Em família, Luísa Josefina nasceu e foi batizada em Chambéry (Sabóia) no dia 06 de abril de 1835. Era a primeira filha de Claude Voiron e Catherine Héritier, falecida em janeiro de 1846, com a idade de 30 anos. Era um lar profundamente cristão, de onde saíram quatro Religiosas de São José de Chambéry, das quais três passaram a vida no Brasil, e um padre, que também viveu aqui durante seis anos.
Aos três anos de idade Luísa Josefina foi acometida de convulsões. Seus pais a levaram ao Santuário de Nossa Senhora de Myans, próximo de Chambéry. Aí participaram da missa e prometeram que, se a pequena ficasse curada, fariam essa peregrinação todos os anos até que sua filha atingisse 20 anos. Ora, no final da celebração, viram sua filha recobrar a liberdade dos movimentos tão bem que ela voltou para Chambéry a pé com eles.
Muito cedo, sua mãe lhe ensinou a trabalhar para os pobres e soube encontrar os meios engenhosos para aplicá-la nos trabalhos de que ela não gostava, para combater sua vaidade nascente, para ensinar-lhe o respeito pelo bem do outro e o horror à mentira. Foi admitida à Primeira Comunhão em 1845, bem antes da idade habitual.
Educada com as Irmãs de São José de Chambéry, mostrou desejo de se tornar religiosa, Seu pai a acompanhou ao Convento no dia 17 de outubro de 1852. Tomou o hábito em 2 de fevereiro de 1853 e, depois de um fervoroso Noviciado, fez profissão a 15 de fevereiro de 1855. Começava assim a Vida Religiosa chamada “ativa” de Irmã Maria Teodora Voiron, que duraria mais de 70 anos.
De 1855 a 1859 foi professora no Externato de Chambéry. Veio para o Brasil para ser a Superiora do grupo, mas ao chegar em Itu, o Bispo Dom Antônio Joaquim de Mello achou-a muito jovem – uma criança- para ser a superiora. Por esse motivo, Irmã Maria Justina foi mantida no cargo e só em novembro de 1859, Madre Maria Teodora foi reconduzida ao cargo, no dia 13 de novembro de 1859 se deu a fundação do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, primeira escola no Estado de São Paulo para a educação feminina.
Grandes foram as dificuldades sofridas nos primeiros tempos: dificuldades financeiras, diversidades de clima, de alimentação. Seus sofrimentos morais foram muito maiores: a incompreensão e a divergência de opinião entre seus superiores do Brasil e sua superiora da França fizeram surgir dúvidas na Madre Geral. Suportou essas desconfianças com humildade, caridade e prudência verdadeiramente heroicas.
Em 1864 abriu uma escola para as crianças negras. Por volta do mês de julho de 1867 aceitou a direção da Santa Casa de Itu. Para dar impulso a essa obra um suplemento de Irmãs era necessário, mas teve que esperar. Em 1870 uma lei do Governo Provincial confiou às Irmãs a responsabilidade do orfanato “Seminário da Glória”, em São Paulo, capital, para as órfãs filhas dos soldados que morriam nas guerras. Em 1871, Madre Maria Teodora assumiu a direção da Santa Casa de São Paulo.
Durante o tempo do seu governo vários Colégios foram criados, os quais deram ao Brasil mulheres fortes, instruídas, bem formadas e profundamente cristãs. Abraçou também numerosas obras de caridade nos 60 anos de seu superiorato: orfanatos, asilos para idosos e crianças abandonadas, hospitais, leprosários, escolas para meninas pobres.
Em 1920 sofreu uma fratura no fêmur, em consequência de uma queda. A partir daí, com 85 anos, a cadeira de rodas foi o seu único meio de locomoção.
Em 1921 pediu e obteve a demissão do seu cargo de PROVINCIAL. Mergulhou-se então no silêncio e na humildade, unindo seus sofrimentos ao de Nosso Senhor.
A 17 de julho de 1925 veio a falecer confortada com os sacramentos da Santa Igreja.
A partir de 13 de dezembro de 1998 os restos mortais foram transladados do cemitério da Comunidade para a Igreja Nossa Senhora do Patrocínio. São numerosas as pessoas que aí vão solicitar sua intercessão junto de Deus. E agradecer os favores obtidos por seu intermédio.
A lembrança de Madre Maria Teodora entre nós é imorredoura e cada vez mais abençoada, não somente através das obras que aqui implantou, como também pelas graças que obtém de Deus Nosso Senhor, a favor dos que recorrem à sua intercessão.
O Processo de Beatificação encontra-se em Roma, em prosseguimento normal na Sagrada Congregação para as Causas dos Santos.
Processo de Beatificação
O processo de beatificação de Madre Teodora iniciou-se quando Madre Josephina D’ Anunciação Gex, Superiora Provincial das Irmãs de São José, que fora também sua assistente, escreveu ao Arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo Silva, para informar-se como deveria tornar públicas as graças relatadas pelas cartas recebidas por intercessão de Madre Teodora. Em 1928, o Arcebispo pediu para não precipitar-se até que fossem comprovados os dados das pessoas agraciadas. Depois de seis anos Madre Josephina obteve a autorização e publicou as graças recebidas no folheto Vozes do Patrocínio. Vários anos se passaram e em 1940, o padre Hubbauer foi designado para o cargo de Postulador da Causa da Beatificação.
Em 1964, o Papa Paulo VI designou a Comissão de Introdução da Causa da Serva de Deus. A partir daí, iniciou-se a segunda fase do processo, que foi encaminhado a Roma em 1971. Ao longo dos anos diversos religiosos se incumbiram de trabalhar na causa. Em 1989, o Papa João Paulo II concedeu a Madre Teodora o título de Venerável. Vários milagres foram relatados, mas nenhum comprovado. De acordo com a Irmã Áurea, secretária da causa de beatificação de Madre Teodora chegam semanalmente à secretaria dezenas de cartas, vindas de todas as partes do país e também do exterior. Até hoje, mais de 30 mil cartas chegaram à comunidade do Patrocínio, testemunhando casos de cura, sucesso no trabalho, proteção contra acidentes, encontro de pessoas desaparecidas etc… O processo de beatificação da Venerável Madre Teodora já está em Roma, necessitando apenas de uma graça comprovada por médicos e pela Santa Igreja, para que ela seja beatificada.
Pede-se às pessoas favorecidas pela Serva de Deus Madre Maria Teodora Voiron, o remeterem uma relação circunstanciada das graças à Secretaria da Causa de Beatificação e Canonização da Serva de Deus.
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