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Missas e eventos da Paróquia

Padre Bento Pacheco

Atualizado: 12 de nov. de 2023


O Servo de Deus Padre Bento Dias Pacheco nasceu em 17 de setembro de 1819, na Fazenda da Ponte, comarca de Itu, São Paulo. Filho de Inácio Dias Ferraz e de Ana Antônia Camargo, provinha de família abastada na região.

Por conta da abundância de recursos financeiros, a família incentivava-o aos estudos, objetivando que se tornasse doutor. Bento Dias Pacheco, entretanto, optou pelo sacerdócio, ordenando-se padre em 1840. Iniciou seu ministério na própria comarca ituana, mas pouco permaneceu em atividades paroquiais, na medida em que, em razão do falecimento de seu pai, passou a auxiliar na condução da fazenda familiar, que ficara sob os cuidados de sua mãe. Ainda assim, Padre Bento começou a se notabilizar na região em face dos cuidados que dispensava aos seus escravos. Situação que lhe robusteceu o sentimento de amor cristão ao próximo.

A sua maneira de tratar os escravos da região despertou a atenção das autoridades da comarca, que lhe convidaram, por duas vezes, para assumir o cargo de capelão do Hospital dos Lázaros. Padre Bento recusou a distinção, por conta do medo e do preconceito que existia à época em relação aos hansenianos (portadores da lepra). Hoje, por determinação do Ministério da Saúde, não se deve mais usar o termo "leproso" ou lepra" mas sim hanseniano ou mal de Hansen, como forma de combater o terrível preconceito que envolvia essas palavras, tradicionalmente conhecidas como "quase uma maldição"!

Contudo, em 1869, Padre Bento decidiu se dedicar integralmente aos hansenianos, operando uma transformação profunda em sua vida. Vendeu todos os seus bens e distribuiu o dinheiro obtido aos pobres da região. Despediu-se de parentes e amigos, e passou a morar na Chácara da Piedade, em Itu, local em que eram segregados os hansenianos, vítimas tanto da gravidade da moléstia quanto do radical preconceito e repulsa da sociedade.

Por 42 anos Padre Bento dedicou-se a cuidar desses doentes, dia e noite, amparando-os material e espiritualmente, sem que desenvolvesse a terrível moléstia.

Segundo o historiador Francisco Nardy Filho, durante esses anos, “aqueles pobres párias tiveram nele o pai, o amigo, o médico que cuidava de suas feridas, o Cireneu que os ajudava a carregar a pesada cruz de sua temida doença. Indiferente ao cansaço, ao perigo de contágio, procurava acender, em cada coração sofredor, a lâmpada da esperança num mundo melhor, sem as vicissitudes deste vale de lágrimas”.

O trabalho incessante de Padre Bento em prol desses necessitados perdurou, sem interrupções, até o seu falecimento, em 6 de março de 1911. Respeitando sua vontade, foi enterrado na mesma chácara em que viveu junto aos doentes que tanto amou em vida. Hoje seu túmulo encontra-se no interior da igreja matriz da Paróquia Senhor do Horto e São Lázaro, no bairro que leva o seu nome.

A fama de seu trabalho realizado em prol da caridade espalhou-se, sendo que seu túmulo passou a ser visitado por inúmeros fiéis, que lhe reconheciam graças e favores alcançados em seu nome.

Padre Bento, em sua vida, resumiu admiravelmente o grande mandamento do amor: amou a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor de Deus. No pobre, doente, chagado, desfigurado, desprezado, sentiu resplandecer a Face de Cristo, sinal seguro de ressurreição e de vida eterna.

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