De acordo com os Evangelhos, Jesus foi neto de Heli ou de Jacó. São Joaquim é identificado com Heli, através da variação do nome: Joaquim – Eliaquim – Eli – Heli.
Pelo texto Caverna dos Tesouros, atribuído a Efrém da Síria, Maria era filha de Ana (Hannâ ou Dînâ) e Yônâkhîr. Maria nasceu sessenta anos depois que seu pai, São Joaquim, tomou Santa Ana por esposa. Joaquim tinha um irmão gêmeo chamado Jacó. filhos de Matã e Sebhrath, filha de Finéias; e Matã era filho de Eleazar e Dîbath, filha de Tôlâh.
Atualmente o que sabemos sobre os pais da Virgem Maria foram legados pelo Proto-Evangelho de Tiago, obra citada em diversos estudos dos padres da Igreja Oriental, como Epifânio e Gregório de Níssa.
São Joaquim pertencia à família real de Davi, e era parente próximo de São José, sendo que os padres bolandistas, que dirigiram a publicação da Acta Sanctorum de 1643 a 1794, afirmam em seus estudos que São Joaquim era irmão de São José, que veio a ser esposo de Maria e pai terreno de Jesus.
Um dia, enquanto levava ofertas para o templo, como fazia anualmente, São Joaquim fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Sant’Ana, sua mulher já era idosa e estéril. Magoado com as palavras do sacerdote, pois amava verdadeiramente sua esposa, não queria desposar outra mulher para ter um filho. Confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para orar e meditar. Tiago diz que um anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Tendo voltado ao lar, algum tempo depois Sant’Ana ficou grávida de Maria.
O casal teria sido residente em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Santana; e aí, num sábado, 8 de setembro do ano 20 a.C., segundo a tradição cristã, teria lhes nascido uma filha que recebeu o nome de Miriam, que em hebraico significa Senhora, Soberana, traduzido para o latim como Maria. Diz a tradição cristã que São Joaquim morreu com a idade de oitenta anos.
Além da paternidade de Maria, supõe-se que Joaquim possa ter tido uma outra filha cujo nome teria sido Salomé. Pois no verso 25 do capítulo 19 do Evangelho segundo João diz que aos pés da cruz estava a irmã de Maria. Sem contar com a hipótese de também ser pai de outra Maria que estava no dia da morte de Jesus Maria de Cleofas.
Encontro na porta áurea
A iconografia oriental realça, tornando-o célebre, o encontro à porta da cidade, de Ana e Joaquim que regressa da montanha, conhecido como “o encontro na porta áurea” de Jerusalém; áurea porque dourada, da qual, todavia, não há dados históricos.
Os piedosos pais, gratos a Deus pelo dom recebido, educaram com amor a pequena Maria, que aos três anos foi conduzida ao templo de Jerusalém, para ser consagrada ao seu serviço, de acordo com a promessa feita por ambos, quando imploraram a graça de um filho. Depois dos três anos, Joaquim deixa de comparecer nos textos, enquanto Ana é ainda mencionada noutros evangelhos apócrifos sucessivos, que dizem que viveu até aos 80 anos; refere-se também que, viúva, casou-se mais duas vezes, tendo dois filhos, cuja descendência é considerada, sobretudo nos países de língua alemã, como a “Santa Parentela” de Jesus.
No catolicismo
A devoção aos pais de Nossa Senhora é muito antiga no oriente, onde foram cultuados desde os primeiros séculos da era cristã, atingindo sua plenitude no século VI. São João Damasceno, ao comentar o Natal, fala dos pais de Maria como sendo o casal São Joaquim e Santa Ana. Já no ocidente, o culto de São Joaquim tornou-se muito difundido no século XV.
Sua festa era celebrada originalmente no dia 20 de março, associada à de São José, tendo sido depois transferida para o dia 16 de agosto, para associar-lhe ao triunfo da filha na celebração da Assunção, no dia precedente.
Em 1879, o papa Leão XIII, cujo nome de batismo era Gioacchino (versão italiana de Joaquim), estendeu sua festa a toda Igreja. Finalmente, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria Santíssima.
Oração
Glorioso São Joaquim, eu me coloco sob sua proteção.
Ajuda-me a imitar em tudo sua filha gloriosa,
A Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa mãe.
Isso, imitando-a, eu venho a conhecer, amar e servir a Deus com todo o meu coração, até o meu último suspiro.
Te peço por meio de Cristo, Nosso Senhor. Amém!